Mais um dia no laboratorio.. Talvez nao seja a maneira mais estusiasmante de comecar este post, mas deixa um rabinho de fora... A vizinha S. comentava acerca da frequencia com nos, geeks da investigacao, nos colocamos esta pergunta. Restando alguma duvida, refiro o leitor para www.phdcomics.com, o relato veridico da vida academica pos-aqueles-cinco-anos-entre-o-liceu-e-a-realidade-a-que-se-chama-licenciatura-e-que-poucos-sabem-ao-certo-para-que-serve. Voltando a amigita S., verificava ela que nos geeks mais rapidamente nos questionamos acerca do interesse da nossa funcao como membros dessa sociedade chamada Humanidade, do que outras pessoas, talvez mais normais (deixo este ponto para discussao publica).
Eu, precipitada como sempre, revoltei-me, e criei logo uma opiniao instantanea - acho que faz parte do "pacote", e da lista de ingredientes que compoem os geeks! Ponto logico (Pl)1 - se quisessemos estabilidade nunca jamais enverdariamos por uma pos-graduacao. Pl2- se nao queremos estabilidade, queremos talvez "destabilidade", um pouco de incerteza no nosso dia-a-dia. Pl3 - Se queremos incerteza, nao estamos preparados para aceitar um dia-a-dia que se apresente sempre repleto das mesmas tarefas (i.e atender clientes ao balcao, fazer o pao, fazer a contabilidade, levar o cliente a tribunal, encher um carie, etc). Pl 4- Se o objectivo for claro, ou seja, se soubermos sempre de ante-mao o proposito da nossa tese, a grau de incerteza baixa claramente. Pl 5- A constancia da incerteza do proposito da nossa tese e uma consequencia directa da razao pela qual inicamos uma pos-graduacao.
I.e., Pl5 leva a Pl1 = esta tudo lixado...
E isso.
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3 comments:
LOL!
Uma delícia... Concordo em absoluto! Também fiquei a pensar nisso mais ou menos nesses termos (com um pouco menos de lógica geek, que não atingi ainda o respeitável nivel de doutoranda). No post não desenvolvi mais porque gosto de deixar as coisas em aberto e ver as reacções dos indignados leitores. :D
Acho que é precisamente por querermos fazer coisas novas que nos dedicamos a isto. E que é por isso mesmo que, quando ao longo do processo passamos por momentos repetitivos (é inevitável), nos inquietamos com o "para quê". Só que a alternativa de encher cáries ou fazer o pão dia após dia, de facto, nunca se chega a pôr.
bjocas!
Sorte a de quem consegue fazer investigação sem ter infindáveis dias consecutivos a fazer a mesma coisa ou não ter semanas irritantemente repetitivas. 2ªf preparar amostras; 3ªf analisar amostras; 4ªf analisar o resultados; 5ªf analisar as outras amostras; 6ªf mais amostras?! talvez opte por ler uns artigos.
E não se esqueçam que a maior parte das vezes não estamos a fazer coisas assim tão novas. Estamos a adaptar o que outros já fizeram a outras espécies, estamos a introduzir pequenas alterações em metodologias desgastadas ou desactualizadas.
E espero não voltar a ouvir que sermos pagos para fazer algo que gostamos é um privilégio ;)
Bjs, I.
Que bonito. Mas ja actualizavas este blog com mais coisas bonitas, nao?
hihihi
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